Trabalhar com números e métricas é fundamental para uma empresa que pretende crescer e alcançar novos desafios. Utilizar estratégias de divulgação e propagação de seus produtos e marca é essencial nesse contexto e, por isso, conhecer bem os 4 ps do marketing se faz necessário.
Também conhecido como “Mix de Marketing”, os 4 ps do marketing foi criado pelo professor Jerome McCarthy e difundido mundialmente por Philip Kotler. Produto, Preço, Praça e Promoção são os pilares que estruturam as estratégias a fim de garantir resultados positivos em vendas e o crescimento exponencial da empresa.
Esse conceito faz parte da rotina de profissionais da área de publicidade e marketing, porém ainda traz muita confusão para pessoas que precisam atuar com essas quatro palavrinhas no dia a dia, mas não são graduadas na área. Pensando nisso, esse conteúdo vai ajudar você a compreender melhor o Mix de Marketing, percebendo a importância desses fundamentos.
Quer entender como os pilares dos 4 ps do marketing pode ajudar na sua estratégia de venda e marca? Continue a leitura!
O que são os 4 ps do marketing?
Os 4 Ps do marketing, também conhecidos como composto de marketing ou Mix de Marketing, são fatores fundamentais para desenvolver e realizar uma estratégia de marketing eficiente. Os 4 Ps, todos começando pela letra P – produto, preço, praça e promoção – são fundamentais para direcionar o rumo da sua empresa.
Segundo a teoria, os conceitos devem ser considerados no momento de realizar o planejamento estratégico e executar as ações. É por meio do uso dos 4 ps do marketing que a empresa pode atingir seus objetivos de divulgação, vendas, construção e fortalecimento da marca. Ou seja, esses pilares precisam fazer parte da rotina da equipe de marketing de uma organização.
História
Os 4 ps do marketing também são conhecidos como “Mix de Marketing” ou “composto de marketing” e a elaboração desse conceito data do ano de 1960, quando Jerome McCarthy publicou seu livro “Basic Marketing: A managerial Approach” — Marketing Básico: Uma visão gerencial, no Brasil.
Mas foi Philip Kotler que disseminou o Mix de Marketing para todo o mundo, com estudos complementares à teoria elaborada por McCarthy e dando um caráter mais prático. Foi Kotler quem definiu o conjunto como ferramentas aplicáveis para o marketing nas empresas.
A grande contribuição de Kotler veio por meio do livro “Administração de Marketing: a bíblia do marketing”, originalmente lançado em 1967 e com 14 edições no Brasil, sendo a mais recente lançada em 2012.
Se considerarmos que o sucesso para um negócio é a venda de determinado produto ou serviço, torna-se necessário o estabelecimento de uma marca firme e consolidada. Aplicando — de forma equilibrada — os 4 ps do marketing, é possível criar e estimular uma relação com os potenciais clientes.
Tudo é uma questão de equilíbrio, quando o produto, o preço, a praça e a promoção são estrategicamente elaboradas e utilizadas equalizadamente, os resultados são impulsionados e os objetivos alcançados.
Um exemplo aplicado no Brasil é a Havaianas. A empresa expandiu o seu mercado e sua marca no cenário nacional começando aos poucos. Há 20 anos, a marca comercializava seu produto para um público de menor poder aquisitivo, fazendo chinelos mais simples e baratos. Atualmente, os calçados atingiram um novo patamar, sendo considerado como grife internacionalmente.
Quais são os 4 ps do Marketing?
Os 4 ps do marketing se referem a: produto, preço, praça e promoção. Vamos ver em detalhes cada um deles.
“P” de produto
Esse “P” está relacionado ao que a empresa comercializa, podendo ser um objeto ou um serviço. O produto é qualquer coisa que possa ser oferecida como um negócio, tendo um valor agregado e atendendo às necessidades de um determinado grupo de pessoas — também conhecido como público-alvo.
Algumas questões podem ajudar na definição de um produto:
- Para qual objetivo esse produto se destina? Como ele atende as necessidades ou desejos das pessoas
- Quais as funções são necessárias para atingir tais expectativas?
- Como, em qual local e quando o cliente poderá utilizar?
- Ele é um produto físico? Qual será o seu formato, estilo, tamanho e cor?
- Como será o nome?
- Como esse nome se envolverá com a marca?
- Qual o diferencial competitivo desse produto em relação aos concorrentes?
Ao responder cada uma dessas questões é possível criar um esqueleto do modelo de negócio que a sua empresa aplicará. Além disso, esse é o momento para elaborar e entender o ciclo de vida do seu produto, ou seja, qual será o comportamento no mercado, desde a introdução ao declínio.
Conseguir visualizar todo esse ciclo facilita na compreensão de como esse produto poderá, de fato, ser comercializado e aplicado no mercado. Para isso, a estratégia de benchmarking pode ser de grande valia, pois ela estimula a análise e a compreensão dos concorrentes.
“P” de preço
Esse pode ser o maior desafio para muitos empreendedores. A precificação do produto ou serviço pode ser complicado para quem nunca o fez, mas existem mecanismos e estratégias que facilitam e ajudam nesse momento.
Definir o valor do produto é bastante sensível para o sucesso do negócio, pois quando não há compatibilidade entre o que é oferecido e o valor pelo qual as pessoas pagam para adquiri-lo, é possível que menos vendas sejam realizadas, chegando ao ponto de comprometer a sobrevivência da empresa.
O preço precisa ser calculado considerando os custos de produção, o investimento para o crescimento da empresa e a margem de lucro. Caso contrário, o negócio ficará inviabilizado. A gestão também precisa considerar o pagamento dos funcionários, os benefícios proporcionados pela organização, a manutenção da sede etc.
Além disso, o valor também é um posicionamento da empresa em termos de marca, pois estabelece um relacionamento com os clientes. Quando a organização foca o seu produto para um público-alvo específico, mas trabalha com preços incompatíveis com a capacidade de compra deste público, há uma potencial rejeição ao produto no mercado.
Levando todos esses fatores em consideração, é preciso estabelecer um preço coerente perante o mercado. Estudar os valores que os concorrentes estão aplicando é uma maneira de tornar o produto competitivo e mais próximo do público.
Atualmente, os clientes procuram um verdadeiro envolvimento com a marca. Isso significa que para comprar determinado produto ou serviço, é preciso que a pessoa enxerga valor — não em preço, mas também em ideais. Para chegar a essa precificação, é preciso responder algumas perguntas:
- Qual é o menor valor financeiro que o produto pode ter a fim de garantir retorno?
- Qual o maior valor aceitável pelo mercado?
- Como o cliente enxerga a questão de custo de um produto?
- Qual é o preço praticado pelos líderes do mercado?
- Como está o preço do produto em comparação aos concorrentes?
“P” de praça
Esse pode ser um conceito que apresenta algumas dificuldades de entendimento, isso porque “praça” não é uma palavra utilizada no cotidiano para o sentido aqui definido. “Praça” para os 4 ps de marketing está relacionado ao local no qual o produto será comercializado.
Em inglês, essa sigla está relacionada a “placement” o qual — em uma tradução livre — seria entendido como “colocação no mercado”, no Brasil. Ou seja, não está limitado apenas a questões geográficas e físicas, mas também em sua amplitude. A empresa pode, por exemplo, estar situada no interior de São Paulo e — por meio de um e-commerce — vender para todo o Brasil.
Nesse exemplo descrito, a “praça” da empresa é exatamente o e-commerce que ela utiliza para comercializar o seus produtos e serviços. A intenção é garantir que as pessoas tenham acesso à marca para fazer suas compras, seja em um ambiente on-line ou off-line.
A partir da compreensão do que é “praça” dentro desses conceitos, é preciso estabelecer um planejamento adequado para garantir que a presença do seu produto seja compatível aos lugares no qual seus clientes estão.
É importante, nesse caso, pensar na abrangência da oferta. Conseguir impactar o potencial cliente por diferentes meios de comunicação é uma alternativa para conseguir apresentar sua marca. Utilizando o equilíbrio nessa divulgação, é possível não irritar os clientes e atraí-los para fazer negócio.
Para conseguir ser eficaz na elaboração da praça, existem algumas perguntas a serem respondidas para ajudar:
- Por onde o seu público tem o hábito de procurar pelos produtos e serviços?
- Se for estabelecimento físico, quais são os tipos específicos que o público frequenta?
- Quais as redes sociais utilizadas? Esses clientes gostam de comprar em e-commerce?
“P” de promoção
Com isso, chegamos ao último dos 4 ps do marketing, o de promoção. Aqui não estamos falando de liquidações ou preços promocionais como em shoppings e centros comerciais, o conceito é diferente, está relacionado ao sentido de promover a marca e as soluções.
A intenção aqui é pensar e elaborar mecanismos de divulgação da marca, tanto no mundo on-line como off-line. A mensagem precisa chegar até as pessoas, pois é a maneira de tornar a empresa conhecida e os produtos serem considerados para futuros negócios.
Quando todos os Ps anteriores foram bem trabalhados, conseguir divulgar e promover fica mais fácil, pois houve um pensamento estratégico considerando o mercado e as necessidades do potencial cliente. Agora, é conseguir elaborar uma mensagem que seja relevante para ele.
Para transformar uma empresa desconhecida em uma possível solução para as necessidades e anseios de uma pessoa é preciso conseguir responder às seguintes interrogações:
- Qual é o melhor mecanismo para transmitir as mensagens de marketing para o seu público-alvo?
- Quais os melhores canais — TV, rádio, internet, impresso — e ações para estabelecer uma relação com os potenciais clientes?
- O produto atua com mercado sazonal (como a páscoa, o carnaval ou o natal)?
- Como os concorrentes promovem seus produtos e serviços?
Com as respostas, é possível direcionar as ações da equipe de marketing para conseguir trabalhar de maneira efetiva com os potenciais clientes e conseguir reverter em vendas. Caso contrário, a empresa sofrerá para estabelecer um relacionamento e, consequentes, negócios.
Algumas estratégias podem ajudar na promoção da marca e produtos: o inbound marketing, o SEO são ferramentas que possibilitam a comunicação com os potenciais clientes pela internet.
Quais os exemplos dos 4 ps do marketing na prática?
Diferentes empresas já aplicaram o conceito do Mix do Marketing na prática. Além da Havaianas, citada anteriormente, a Coca-Cola é outra grande organização que aplicou os 4 ps do marketing em suas ações de crescimento e solidificação da marca.
A empresa foi fundada em 1886, período anterior aos estudos e elaboração da teoria por Jerome McCarthy. Apesar disso, os princípios estipulados pelo professor ajudam a compreender o crescimento da bebida em todo o mundo.
O produto sofreu diferentes alterações para diversificar sua oferta, mas sem perder a essência e o sabor que consolidou a marca há nos. Atualmente, existem diferentes versões da bebida, algumas mais saudáveis e com menos quantidade de açúcar e calorias, tudo isso para se adaptar às necessidades dos consumidores.
Por ser um produto de diversificado públicos, existem diferentes versões. Há bebidas com tamanhos direcionados para a família, para consumo individual, para consumo rápido etc. Toda essa variação na apresentação e formas impacta também o preço, que é variante.
Além disso, para promover a marca, a empresa se tornou patrocinadora de grandes eventos. Dessa forma, é comum você encontrar a marca exposta em locais públicos e diversificados.
O que são os 8 ps do marketing?
Até aqui mostramos para você como o conceito dos 4 Ps podem ser utilizados no marketing da sua empresa. Entretanto, com os avanços da tecnologia e a transformação das relações de trabalho e de relacionamento social promovidas pela indústria 4.0, é natural que também esse conceito tenha apresentado evoluções.
Atualmente, os clientes estão cada vez mais exigentes e cientes dos seus desejos e ansiedades. Com isso, eles deixaram de passividade para assumir um papel mais ativo na escolha dos produtos e das mensagens de marketing que desejam ouvir e comprar.
Com os smartphones, as pessoas podem recorrer à internet — 24 horas por dia — para ter respostas para algum dúvida que surja ao longo do dia. Dessa forma, são os clientes que buscam informações sobre as marcas e não apenas aguardam para serem impactados pelas mensagens que as empresas criam.
Os 8 ps do marketing
A evolução tecnológica, da nossa sociedade e das próprias relações de consumo, fizeram com que fossem adicionados mais 4 ps ao composto de marketing. São eles: “p” de processo, “p” de pessoas, “p” de palpabilidade ou posicionamento e “p” de produtividade ou performance.
Vamos ver um pouco mais sobre eles:
- processos: uma empresa competitiva, atualmente, não é burocrática e “engessada”, dificultando o relacionamento com o cliente, mas sim conta com processos dinâmicos e claros que proporcionem a melhor experiência de consumo possível, antes, durante e após a venda;
- pessoas: o comportamento das pessoas deve ser levado em consideração, afinal, para vender é preciso criar um relacionamento entre marca e cliente;
- posicionamento: como a marca cria uma interação com a comunidade e a forma como ela deseja ser conhecida por seus clientes;
- performance: metrificar e acompanhar os indicadores de qualidade é fundamental, assim será possível saber se os caminhos seguidos estão trazendo o resultado necessário ou se é hora de modificar as estratégias.
Tanto os 8 ps como os 4 ps do marketing devem caminhar juntos, para que a empresa consiga evoluir e se relacionar de maneira adequada com todos os seus públicos de interesse.
Quais são os 4 ps do e-mail marketing?
Com a evolução do marketing, principalmente do marketing digital, o conceito de composto de marketing também passou a ser adaptado as novas realidades, surgindo assim os 4 ps do e-mail marketing. São os listados abaixo.
“P” de permissão
Esse é um “p” indispensável em qualquer campanha de e-mail marketing, pois é a partir dele que você poderá iniciar os disparos. A permissão está atrelada à necessidade de adoção do opt-in, ou seja, da confirmação física ou digital do interesse do usuário em receber as informações do seu negócio.
Também se associa ao respeito ao opt-out, ou seja, o direito do usuário de parar de receber seus e-mails a qualquer instante que desejar.
“P” de pertinência
Mesmo que a base de contatos da sua empresa esteja na casa dos milhares, nem sempre é interessante fazer determinados disparos a todos esses usuários.
O “P” de pertinência diz respeito justamente a isso, a capacidade da empresa segmentar os envios, pensando em quais assuntos serão pertinentes a quais usuários. A segmentação pode ser feita de diferentes maneiras, considerando os produtos já comprados, a idade, o gênero, o comportamento de compra, os itens visitados, carrinhos abandonados etc.
“P” de proposta
Esse “P” se relaciona ao que será enviado a cada usuário, a forma como essa informação será enviada (em relação à layout e texto), quando e com o uso de quais recursos tecnológicos ou visuais.
Também é fundamental ficar atento a questões tecnológicas que possam impedir que os usuários recebam seus e-mails, como palavras inadequadas, peças apenas com imagens e outros.
Por fim, a proposta também considera o CTA (call to action) usado, que deve estar de acordo com a informação enviada e com a ação esperada do destinatário.
“P” de permanência
Um dos principais desafios de uma boa campanha de e-mail marketing é manter a sua base de contatos interessada nos seus envios. A permanência refere-se a necessidade de disparos periódicos (evitando o esquecimento), mas sem exageros (evitando a inconveniência).
Ainda é fundamental para a permanência a boa segmentação do público de acordo com o interesse para as campanhas, pensando em disparos diferentes para aqueles que estão descobrindo o seu negócio agora e para aqueles leitores assíduos da sua lista de disparos.
Qual a importância dos 4 ps do marketing?
O composto de marketing deve ser usado como um norteador para as empresas, ajudando a definir estratégias para diferenciar seu produto e sua marca e, principalmente, para conquistar e manter a clientela.
Os 4 ps do marketing podem ser usados por empresas que estão iniciando as operações, auxiliando na compreensão mais profunda sobre a marca e os diferenciais, permitindo a criação de campanhas e estratégias mais acertadas e que tragam mais resultados.
Para as empresas já estruturadas, mas que ainda não usam essa ferramenta, ela permite uma visão mais ampla ao empreendedor – o que significa a criação de estratégias para redução de custos, aumento das vendas, manutenção dos recursos e otimização dos processos, gerando maior rentabilidade.
Afinal, todos os fatores estão conectados. Por isso é essencial analisar com cuidado seu mix de marketing, entendendo quais pontos ainda estão deficientes e em quais é possível realizar melhorias.
Não fique preso apenas aos 4 ps do marketing. Como você viu, os mercados e as formas de consumo estão em constante evolução – e você poderá usar os 8 ps do marketing para ter uma visão ainda mais profunda do seu negócio.
Vamos supor que a sua empresa apenas privilegie o produto. Ao negligenciar os outros pontos, é possível que a marca enfrente dificuldades de relacionamento com o cliente, posicionamento, divulgação etc. Por isso essa análise global é fundamental.
E, lembre-se, que o mix de marketing não é algo estático. Pelo contrário, ele está o tempo todo evoluindo, assim como seu mercado e seus clientes. Dessa maneira precisa ser continuamente revisto.
Conclusão
Como você viu neste conteúdo, os 4 ps do marketing são ferramentas essenciais para empresas de qualquer segmento e porte. Definir bem o composto de marketing e acompanhá-los ao longo da trajetória do negócio é uma maneira de tornar a sua marca mais forte e de diferenciar a sua empresa diante da concorrência.
Com a evolução tecnológica e as mudanças no perfil dos consumidores, o composto de marketing também passou por alterações, surgindo os 8 ps do marketing e por novas aplicações, como os 4 ps do e-mail marketing.
Conhecer essas novas ferramentas é fundamental para atualizar suas estratégias e conseguir colher resultados ainda mais promissores. Vale ressaltar que nada disso será possível se não houver um planejamento adequado.
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